Quem sou eu

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Eu gosto de acreditar que “o pensamento é um pedacinho de futuro, que permanece no campo do sentimento até o momento em que se materializa”. Eu gosto de pensar, porque, assim sendo a vida, provida da qualidade de transformar o verbo em tudo, tudo vira possibilidade a partir de um pensamento, já que tudo se inicia a partir dele e tudo se realiza a partir de um sim. Os cientistas quânticos descobriram, agora de fato, que cada ser deste vasto universo possui o predicado de construir o seu mundo, com as nuances próprias de cada um e suas preferências. É portanto que desejo a sabedoria dos filósofos, mas, ainda mais, a realização dos meus pensamentos.

sábado, 4 de junho de 2011

1 - GRITOS



Você me questiona e eu te respondo, por vezes sincero mas por outras na tendência do que "eu desejo". E, assim, acabo misturando os meus pensamentos até ficar perdido dentro deles. Misturo sonho com realidade temperado com uma pitada de futuro e um maço de passado, levo ao forno em fogo muito brando e, por fim, após lento tempo de cozimento, sento-me solitário na cabeceira da mesa e saboreio um banquete de tristeza, mas com aroma de alegria.

Minha paz fica desprotegida em migalhas que caem no tapete e então a insensatez chega sorrateira e as devora.

Palavras revestidas de ouro são ditas, mas do que valem sem a compreensão essencial?

O santo Paulo disse que "a letra mata, mas o espírito vivifica..."...que, "ainda que eu falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria". Mas, o espírito e o amor estão ausentes...

Mesmo assim eu permaneço e, ao fim deste insano jantar, dispenso a sobremesa porque a cama me espera ansiosa para espreitar o espetáculo que despreza o fio dental e a escova, que sequer figurantes, esperam imóveis alvorecer junto com o sol.

O ator principal: o pensamento; o coadjuvante, figurante: eu. Não precisa dizer que rolamos por horas feito cobras no cio.

O sono enfim chega e, junto com ele, sonhos desmedidos de personagens insólitos gritando algo que não compreendo.

Aprendi que o sofrimento é o termômetro do erro, balizador do acerto... mas, onde está o erro? O que é o erro? Será que a paixão, o apego e a vaidade se transformaram em tapas para os meus ouvidos? Tiro-as portanto, não sem esforço, para provar a última cartada, o último trunfo ou, para ser lírico, a sobremesa do jantar que ficou esquecida sobre a mesa.

Ouço os gritos daqueles personagens do sonho, os gritos da minha irmãzinha Le, os gritos daqueles que me amam e me conhecem, que somados geram um trovão que abala o mundo, o grito de Deus, que diz só uma palavra composta: AME-SE.

"Ame o teu próximo como A TI MESMO"... "aceite o perdão e o amor do nosso Pai querido"... "ide e evangelizai a toda criatura"... "ensine a boa nova"... mas...

"NÃO DÊ PÉROLAS AOS PORCOS"

Como se não bastasse este grito que liberta, sinto em mim a melancolia outrora vivida com tanta intensidade só para lembrar o sofrimento que já vivi e que talvez não tenha sido suficientemente compreendido.

Então compreendo por minha própria vontade (e necessidade). Tarde talvez, mas compreendo.

Sofri porque desejei o paraíso... e não só isso... não queria ir sozinho.

Para me seguir, elegi-a ... mas esqueci de perguntar se ela queria...

Na minha interferência não desejada e não pedida, até as palavras doces que desejei dizer se transformaram em féu. Quanta ignorância alimentei.

Sofrimento compreendido, espero pelo próximo, porque "a fila anda"...

Subo num banquinho e recolho a minha alegria que está lá em cima, na última prateleira... bato a poeira velha que a cobre e visto neste único corpo para o qual foi desenhada e confeccionada com esmero. O paraíso me espera!

Então, o sol nasce novamente iluminando o creme dental e a escova, quais lavarão os meus dentes que, junto com meus olhos, empreenderão a anunciação da minha alegria de viver neste caminho de flores que é a vida.

Só peço que os gritantes não desistam de mim, mas, se isso acontecer, como diz o Pe. Fábio de Melo, "que seja bem devagarinho".

"onde houver sol é pra lá que eu vou..."



Lembra desta conversa, Le?
Nunes

2 comentários:

  1. Sim. Deus é d+. nos faz enxergar nossas fraquezas e superá-las.
    muito bom.
    que se esquecerem....rsrs
    que seja bem devagarinho, srsrrsrs.
    Quem sabe podemos crias nossas: "Cartas entre Irmãos"... já temos uns capítulos.... e belas imagens..
    beijos

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  2. Minha irmã, Deus até cibernético é para estabelecer a Sua presença nas nossas conversas virtuais...
    Continuar as nossas "Cartas entre Irmãos" será muito prazeroso para mim.
    Beijo no coração

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