Quem sou eu

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Eu gosto de acreditar que “o pensamento é um pedacinho de futuro, que permanece no campo do sentimento até o momento em que se materializa”. Eu gosto de pensar, porque, assim sendo a vida, provida da qualidade de transformar o verbo em tudo, tudo vira possibilidade a partir de um pensamento, já que tudo se inicia a partir dele e tudo se realiza a partir de um sim. Os cientistas quânticos descobriram, agora de fato, que cada ser deste vasto universo possui o predicado de construir o seu mundo, com as nuances próprias de cada um e suas preferências. É portanto que desejo a sabedoria dos filósofos, mas, ainda mais, a realização dos meus pensamentos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Conselhos



Eu aconselho: não busque as portas largas, porque as largas cobrará o preço e, nas estreitas, estão as melhores recompensas. Mantenha os vossos melhores valores, porque eles são o guia que a alma precisa para seguir no caminho correto. Lembre-se também dos três pilares do espírito, que são: a FÉ, a ESPERANÇA e o AMOR. Não são dons, mas o próprio atributo de Deus que está para nos manter junto dEle. O vício atrapalha, qualquer que seja ele, saiba identificá-lo e o elimine. O apego também atrapalha e, dele, provém a necessidade e o conflito, porque, a alma foi criada para voar e o apego pesa. Tudo o que acontece na vida de cada um é a soma dos movimentos mais sutis comandados pelo coração, portanto, o que há guardado nele é o que nos move, para o bem ou para o outro lado. É preciso fazer faxina de vez em quando. A verdade não está no cérebro, mas na inspiração do Espírito de Deus. Então, as decisões tomadas por influência de um sentimento ou emoção tendem a dar resultados não esperados e induzir ao erro, mas, no silêncio da alma, a voz do Espírito mostra as soluções verdadeiras. Eu costumo tomar banhos demorados para encontrar soluções. Neste sentido, as verdades não estão nas reações, mas nas ações provenientes da sabedoria. É que a inteligência não é o mesmo que a sabedoria; a inteligência nos leva à racionalização e ao medo, já a sabedoria, à assertividade e à coragem na fé. Inteligência é mecânica, uma mera ligação de neurônios. A sabedoria é viva, é o Criador mostrando o que precisamos ver. Não discuta com pessoas ignorantes, porque a ignorância irá sempre vencer a discussão, e ela só se encerra com o fim do ignorante. Por isso, é prudente sempre lembrar de abrir a mente para a totalidade das possibilidades, este é o antídoto contra a própria ignorância. Ouça mais do que fale, a não ser para aconselhar construtivamente alguém que precisa. Ouvindo se aprende, e a fala polui. Conheça o mundo, já se dizia que quem viaja amplia a mente. Perdoe os “inimigos”, pode ser que a postura deles diga muito mais de você do que deles, por isso, este é o caminho mais próximo para a evolução do próprio espírito. Além do mais, a paz recompensa quem perdoa. Olhe para dentro de si e, se encontrar qualquer resquício de inveja, elimine… é um veneno fatal. Faça com que a sua vida seja luz para todos, que as suas ações e palavras sejam sempre construtivas. Tome cuidado com as ajudas, pois uma coisa é ajudar, isso é saudável e deve ser temporário, outra coisa é fazer o que o outro deveria estar fazendo; esta atitude leva à frustração e, a ingratidão de quem é “ajudado”, será dez vezes maior, além do que este se tornará um inimigo seu. Fuja do vitimismo e dos vitimistas. Eles costumam escravizar pessoas pelo sentimento ao evocar a sua misericórdia, farão de você culpada do sofrimento que eles inventaram para si, e pior, sentirão ódio de você por isso. Isso não tem fim e te torna alguém invisível. Fuja também dos narcisistas, pois essa pessoa olhará só para si, fazendo com que a sua voz seja ouvida só pelas paredes. Fuja da autossuficiência e das pessoas autossuficientes, pois elas mostrarão para o mundo que está sobre os seus ombros todas as responsabilidades, e farão de você e seus valores coisas dispensáveis. Valorize a humildade, pois Deus socorre os simples e humildes. Valorize as figuras da família como elas são. Deus fez tudo perfeito e, para cada um, conforme a sua posição na família, tem missões importantes que não são nossas, mas do próprio Pai. Assim, trabalhamos juntos com Ele na Sua missão. Não se convença da “bondade” daqueles que socorrem as “minorias”. Isso é um instrumento que eles usam para se passarem por “bons” e, sob essa farsa, destilam os piores venenos. O mundo não é separado por raça, sexo ou qualquer outro atributo humano. Ele é dividido entre aqueles que constroem (produzem bons frutos) e os que destroem (consomem os frutos). Por isso Deus orientou que uma árvore só é conhecida pelos seus frutos. Confie naqueles que produzem e constroem. Um bom parceiro é aquele que te oferece segurança e provê as necessidades. Uma boa parceira é aquela que confia no parceiro e lhe é uma verdadeira parceira. Há aí uma questão de missão a ser cumprida. Um casal saudável é aquele em que a mulher oferece para o parceiro o que lhe é dado naturalmente, a força. E, o parceiro oferece para ela a preferência. À mulher foi dado o poder de agregar a família ou dispersar. Ao homem foi dado o poder da previsão. Amor de pai é doação. Amor de mãe é agregação. O pessimismo atrapalha, e é poderoso para destruir uma ideia antes mesmo de tê-la iniciado. Já o otimismo é o combustível que move o motor que realiza grandes obras. Porque tudo se inicia no pensamento, e tudo se realiza a partir de um sim. Não é prudente confiar em pessoas que regularmente deixam restos no prato e no copo. O pedido de desculpas tem o poder de consertar uma relação danificada. A gratidão é fonte de bênçãos. Se há gratidão as bênçãos se multiplicam. A televisão é o ópio do povo. É prudente escolher o seu time observando os torcedores. 
Agora, esqueça tudo isso e viva intensamente, e conviva com todos os que têm defeito, porque pessoas perfeitas são insuportáveis. Este é o charme da vida.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

BUMERANGUE

 
 
 
Quando damos conta que existimos, um turbilhão de coisas ocupam nossa vida. Lembro-me bem, desde criança, tudo que preenchia minha vida. Os pais, irmão , primos, amigos, vizinhos, escola, tarefas, brincadeiras, responsabilidades... eram tantas coisas que ocupavam nossa mente e coração, que tentando relembrar tudo o que já passou, parece um tsunami. A vida era agitada e a impressão de criança, é que os problemas que estavam ao nosso redor, pareciam tão distantes!!! Será que realmente existiram? Éramos felizes com tão pouco! 
 
Os brinquedos que chegavam somente no Natal. Tínhamos pouca roupa, 1 sapato, as brincadeiras eram na rua, quintais. Tudo era demais. O lanche trocado entre os amigos na escola, água de poço, banho de bacia ou no chuveiro improvisado. Sem televisão, a leitura e imaginação, iam longe. O céu era aberto, estrelas que brilhavam mais e o cheiro era perfume de mato. Com o tempo, foi se agregando paixões, amores, nova família, filhos. As responsabilidades apertam mais e cobram um preço maior. A velocidade  é aumentada...Vida profissional, metas, e quando vc percebe, parece estar numa centrífuga. Ahhhh essas lembranças!

Hoje, dirigindo por uma estrada movimentada, comecei a refletir onde foi parar nossa vida? Temos tudo, mas a cada dia, o vazio aumenta. 
 
Não temos os amigos por perto- muitos talvez nem foram nossos amigos??? vivemos longe sempre, e pelas estradas do nosso coração, fomos deixando em muitas estações, tudo o que um dia nos fez o que somos e o que tanto lutamos e almejamos. 
 
Parceiros, nossos pais, filhos, amigos. 
 
Esse é o preço da pressa em querer sempre que a vida passe...tudo passa com algum requinte de crueldade: morte, doenças, dores, saudade e vazio....o vazio? Vai deixando cicatrizes e muitos buracos que mesmo dirigindo em estradas sem curvas, vc não consegue segurar o trepidar de um coração descompassado.

Gleici 10/2018
 

 

quarta-feira, 20 de junho de 2018

NO CORAÇÃO DO PAI


‘Cria em mim Senhor, um coração puro e renova dentro em mim, um espírito inabalável.’ Salmos 51:10

Esse sempre foi um salmo que uso como uma oração. Desse coração nasce todas as saídas da minha vida e me norteará nessa caminhada.

Nem sempre minhas escolhas foram as melhores. Tenho caído muitas vezes, mas continuo tentando reencontrar ‘o caminho’. 

Tenho estudado mais sobre a graça da nossa salvação, e confesso que sou incapaz de entender. Vivemos buscando por uma justiça tão falha, e ao nosso alcance está essa graça que nunca se cansa de nos envolver. Fazemos tudo errado e mesmo assim, aparecem bençãos incríveis, que eram impensáveis! 
Não tenho sido merecedora desse amor tão grandioso, mas a cada dia o tenho sentido pulsando nesse pobre coração. Um coração fraco, ansioso, teimoso, falho; sem esperança muitas vezes, mas, que apenas Aquele que o criou, conhece suas intenções. 

Aprendi que quanto mais o buscamos, demonstraremos nossa incapacidade de mudanças, e somente aí, que seremos tocados. Jamais mudaremos se não nos dobrarmos aos pés da cruz, para que nossos ‘trapos de imundícia’, sejam trocados pelas vestes puras, renovadas pelo Sangue do Cordeiro.

Minha jornada tem sido intensa e venho tentando alcançar o coração do Pai. Sempre pedi para ser Luz...aquela que irá iluminar pessoas que precisam de um toque, uma ajuda, um carinho. 
Quero brilhar por amor, para que minha família, amigos e desconhecidos, possam através da minha vida, saber em quem eu creio...Ele é ‘aquele que habita no esconderijo do Altíssimo.’

Quando recebo uma benção muito visível, eu paro e penso: como poderia eu merecer? 

Sou grata, porque a cada dia, sinto meus olhos sendo limpos para enxergar coisas que antes não conseguia. Quando tudo conspirar contra, coisas maravilhosas serão reveladas...através de uma oração, meditação, de um sonho. 

Se um dia tudo parecer escuro, quando a verdade for misturada com mentiras para acomodar nosso prazer e sentimentos, quando vc for traído, quando pessoas que vc confia e acredita te virar às costas, quando a doença de um querido te fizer sangrar, pare tudo...olhe para o alto de onde vem o socorro, e vc ouvirá uma voz dizendo: Filho, confia...a minha Graça, te basta.


da minha queridíssima
Gleici Grace

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A MORTE



O DIA EM QUE EU MORRI
(Texto de Lígia Guerra)

Vou contar como tudo aconteceu.

A minha primeira parcela de morte aconteceu quando acreditei que existiam vidas mais importantes e preciosas do que a minha. O mais estranho é que eu chamava isso de humildade. Nunca pensei na possibilidade do auto abandono.

Morri mais um pouquinho no dia em que acreditei em vida ideal, estável, segura e confortável.

Passei a não saber lidar com as mudanças.
Elas me aterrorizavam.

Depois vieram outras mortes.

Recordo-me que comecei a perder gotículas de vida diária, desde que passei a consultar os meus medos ao invés do meu coração. Daí em diante comecei a agonizar mais rápido e a ser possuída por uma sucessão de pequenas mortes.

Morri no dia em que meus lábios disseram, não.
Enquanto o meu coração gritava, sim!

Morri no dia em que abandonei um projeto pela metade por pura falta de disciplina.

Morri no dia em que me entreguei à preguiça.
No dia em que decidir ser ignorante, bulímica, cruel, egoísta e desumana comigo mesma.

Você pensa que não decide essas coisas?
Lamento. Decide sim!

Sempre que você troca uma vida saudável por vícios, gulodice, sedentarismo, drogas e alienação intelectual, emocional, espiritual, cultural ou financeira, você está fazendo uma escolha entre viver e morrer.

Morri no dia em que decidi ficar em um relacionamento ruim, apenas para não ficar só.
Mais tarde percebi que troquei afeto por comodismo e amor por amargura.

Morri outra vez, no dia em que abri mão dos meus sonhos por um suposto amor.
Confundi relacionamento com posse e ciúme com zelo.

Morri no dia em que acreditei na crítica de pessoas cruéis.
A pior delas? Eu mesma.

Morri no dia em que me tornei escrava das minhas indecisões.
No dia em que prestei mais atenção às minhas rugas do que aos meus sorrisos.

Morri no dia que invejei , fofoquei e difamei.
Sequer percebi o quanto havia me tornado uma vampira da felicidade alheia.

Morri no dia que acreditei que preço era mais importante do que valor.
Morri no dia em que me tornei competitiva e fiquei cega para a beleza da singularidade humana.

Morri no dia em que troquei o hoje pelo amanhã.

Quer saber o mais estranho? O amanhã não chegou.
Ficou vazio… Sem história, música ou cor.

Não morri de causas naturais.
Fui assassinada todos os dias.

As razões desses abandonos foram uma sucessão de desculpas e equívocos.
Mas ainda assim foram decisões.

O mais irônico de tudo isso?

As pessoas que vivem bem não tem medo da morte real.
As que vivem mal é que padecem desse sofrimento, embora já estejam mortas.

É dessas que me despeço.

Assinado:

A CORAGEM

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O instinto de preservação da vida às vezes aparece do nada, com uma força incrível, como o air-bag que dispara antes que a onda de impacto chegue ao ocupante de um carro. Tem gatilho automático e movimento potente.

O texto acima fala da morte sorrateira, aquela que não é percebida pelo dispositivo que foi preparado para acionar a bolsa protetora em caso de forte impacto. É a morte perigosa como veneno de efeito lento. Para esse tipo de morte não há dispositivo de alarde ou alarme, é preciso vigiar e orar. Cuidar para não ser pego de surpresa quando já não há mais coração ou pulmões.

A Bíblia fala da morte como coisa boa. Em Eclesiastes,  "melhor é ir à casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete"; em Filipenses, "morrer é lucro"; Jesus diz que "não há amor maior do que daquele que dá sua vida pelo amigo", e acrescenta "devo morrer para mim e nascer um homem novo". 

Mas, que Jesus seja bem compreendido, morte boa é aquela que produz vida, é a morte da semente, como Ele mesmo disse, "se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá fruto", e Paulo completa: "insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer".

Ficou parecendo um paradoxo, um texto falando em se preservar e a Bíblia recomendando a morte. É que são momentos e ocasiões diferentes, ambos estão corretíssimos. O primeiro diz da semente que morre antes da maturação, quando a semente ainda não está preparada para frutos, da morte interna, daquela que torna a semente estéril. É preciso compreender que para amar é necessário antes amar a si mesmo.

Nunes


domingo, 6 de novembro de 2016

NOSSOS PRECIOSOS VELHOS





Recebi, nesta bela manhã de domingo, um vídeo no qual o tema diz do abandono dos nossos velhos. Triste, não pude deixar de lembrar do que disse Augusto Cury no seu best seller O Vendedor de Sonhos: “O ser humano não morre quando o coração pára de bater, morre quando, de alguma forma, deixa de se sentir importante”.

O fato é que continuamos abandonando nossos velhos, mas, tenho percebido que o abandono rejuvenesce a cada geração; quando antes, só os idosos eram abandonados pela família, agora os menos idosos já estão experimentando a nova ordem social. 

Somos ocidentais - aprendemos a amar o conhecimento e desprezar a sabedoria - só que não nos ensinaram que “um gole de conhecimento traz soberba, mas Deus está no fundo do copo”; - aprendemos que ser "amiguinho" dos filhos está na moda, mas não nos ensinaram que iluminar o caminho deles é a verdadeira missão dos pais; aprendemos que o "agora" é tudo, mas não nos ensinaram que construir esse "agora" com olhos no futuro garantiria "agoras" melhores.

Precisamos de cumplicidade com os nossos velhos.

Nova era? Modernidade? Novos conceitos? Como disse São Filipe Néri, “prefiro o paraíso”.

Deus é Pai, Ele não criou nada mais forte do que a vontade, e foi justamente na prática da minha vontade que descobri que a sabedoria é imensamente superior ao conhecimento, que a prática vale mais do que a teoria e que a experiência é maior do que a revolução. Foi então que, ao invés de abandonar meus pais com suas sabedorias, práticas e experiências, preferi abandonar o Faustão e me aproximar dos amigos que me aproximam deles e, por consequência, de Deus.

Nunes

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

PAI, PROVEDOR DA VERDADEIRA CONTABILIDADE DA VIDA


Eu me engano quando acredito que me garanto e que sou autossuficiente, ou capaz de resolver todos os meus problemas, achando que posso estabelecer meu próprio caminho por mim apenas.

Sou um ser referenciado, não dá para ser diferente - como o ganancioso pelas riquezas, o vaidoso pela beleza, o maldoso pelo mal e o bondoso pelo bem, o egoísta pelo orgulho e o santo pela santidade.

Ouço vozes o tempo todo e obedeço àquelas que me convém, ou que convém a algo ou alguém. Acredito que sou mesmo conduzido por referências impostas ou escolhidas. Impostas quando opto por atitudes movidas pela indiferença ou pelo ódio, e escolhidas se uso o amor para guiar a minha vida. Isso significa que dessas escolhas podem nascer escravidão ou a liberdade.

Pensando nessas referências, costumo dizer que se o seu pai não tem o domínio da sua vida, o mundo o terá, porém sem o amor do pai.

Num documentário da Discovery sobre as prostitutas de Nova Iorque e seus gigolôs, uma realidade inesperada e interessante - elas, que arriscam suas vidas trabalhando intensamente nas noites da Big Apple, entregam aos seus gigolôs todo o dinheiro recebido nos programas. Não bastasse isso, essas "concubinas de aluguel" passam suas horas vagas servindo-os, submissas, com massagens, cuidados com suas roupas ou lixando-lhes as unhas. Eles, imponentes, normalmente vestidos de branco e muitas correntes de ouro, carrões exuberantes, chapéus, exibindo sempre grandes canecos com algum tipo de líquido a bebericarem. Embora recebendo altos valores por cada programa, em torno de dois mil dólares, recebem de seus amos apenas abrigo, alimento e segurança.

Fiquei a pensar qual seria a compensação para tamanha submissão a pessoas descaradamente oportunistas, como são aqueles gigolôs. Porque com todo esse dinheiro que elas ganham é possível viver sem depender de alguém que lhes dê abrigo. Mas, na continuação do documentário, emergiu a chave para esse mistério quando eles saíram para arrebanhar outras “mulheres zumbis” para ampliar seus plantéis... os cafetões usam, como argumento para convencê-las a entrarem em seu domínio, frases do tipo: “- venha, agora EU serei o seu PAI…”, “EU serei o PAI que te dará segurança e amor”... Algumas não lhes deram atenção, mas outras sim, e passaram a fazer parte do círculo escravizante dominado por uma pessoa sedenta de benesses e poder.

Durante muito tempo da minha vida eu não tinha uma boa relação com meu pai, eu trazia na língua todos os argumentos para não gostar sequer de ouvir sua voz. Além disso, dizia ser uma pessoa independente e autossuficiente, que me garantia e por isso só falava, não ouvia. Tinha plena convicção de que não havia nada para buscar do meu pai, já que sua referência eu desprezava. Ele era o errado e eu, claro, a pessoa iluminada pelos deuses, com todas as respostas prontas.

Mas, o fato é que, nas minhas andanças, quando um “cafetão” dissimulado e ardiloso percebia que eu andava “solto”, aproximava-se e oferecia a segurança e o amor que EU rejeitei do meu pai. Então, passava a servi-lo, dando a ele o melhor de mim. Durante todos aqueles anos eu servi diversos “gigolôs”, uns menos afoitos e ambiciosos e outros mais, até que fui aprisionado por um com ambições insaciáveis. Aceitei sua proposta e permiti ser reduzido à escravidão extrema. Para esse “amo” eu entreguei anos das minhas economias, anos do meu tempo e anos da minha convivência familiar, porque ele me exigia, não uma parte do meu tempo, mas todo ele, por isso, enquanto o servia experimentei a banca rota, desci ao fundo do poço e, quando já não restava muito dos meus recursos financeiros, psicológicos e morais, resolvi pedir ajuda para Deus. Só então ouvi Sua voz, provavelmente porque parei de falar e decidi ouvir.

Deus me fez ver que meu PAI é a fonte de bênçãos que eu precisava, que, se não tem habilidades para se expressar da forma como eu acreditava ser correta, como fazem os “gigolôs", ele tentou da forma como sabia, porém tem no coração algo que esses os oportunistas não possuem, o amor que Deus planta no coração de todos os pais no momento da geração do filho.

Desde então, a partir de quando minha mente e meu coração se abriram para o óbvio, deixei de me submeter a pessoas para me submeter a Deus e ao meu PAI. Que este tenha muitos defeitos, é óbvio que sim, assim como eu, mas é meu PAI e dele não abro mão da bênção.

Por isso tenho vivido verdadeiramente e pensando com minha própria cabeça, pois descobri a liberdade na submissão, um paradoxo incrivelmente maravilhoso que me ensinou e me fez compreender a expressão de Deus: "o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza".

Muitos problemas ainda tento resolver como herança do tempo negro, já que leva tempo para consertar anos de vida errante, mas deixei de estabelecer novas escravidões a partir dessa decisão, o que tornou minha vida mais leve e verdadeira.

Nunes

sábado, 7 de maio de 2016

NOVO TRATADO DOS SEXOS


Participo há dezenove anos de uma confraria de amigos sob o tema da gastronomia. Dezenove anos cozinhando e proseando, onde quase todos os membros da Nossa Confraria são os mesmos desde a fundação, poucas mudanças aconteceram e já são duas gerações participando. Dezenove anos consolidando amizades, foi o que fizemos.

Meus amigos de fora, talvez por não compreenderem harmonia tão duradoura, às vezes me perguntam se já houve atritos entre os confrades e, também, qual o segredo para se manter por tanto tempo viva essa confraria composta de pessoas com realidades tão diferentes.

Obviamente que experimentamos alguns atritos, porque, embora os grupos de pessoas são comumente formados a partir de interesses comuns, as pessoas são heterogêneas quanto aos seus conceitos e culturas. Porém, usando com moderação, o atrito e a discordância passam a ser elementos fundamentais na evolução pessoal de cada um e, quanto ao segredo para se manter esta associação saudável, eu diria que o que realmente preservou a nossa amizade durante esses anos foi termos fundamentado a nossa ideia sobre poucas regras de conduta... ou quase nenhuma. Usamos o bom senso natural e uma única regra artificial, a de não se permitir a permanência de pessoas do sexo feminino na mesa dos encontros semanais, exceto nos dias de eventos familiares.

Você já pode estar achando que o grupo é “machista” ou coisa do gênero, ou julgando que “apesar de vivemos no século XXI as mulheres ainda são por nós discriminadas”.

Antes de ser queimado na fogueira da inquisição pós-moderna, vou tentar explicar o motivo dessa imposição: - Ocorre que, enquanto não havia essa proibição, aconteciam atritos entre os confrades e suas esposas, que ficavam indignadas com seus maridos por sentarem numa mesa de bar com outras mulheres, mesmo quando se tratava da esposa ou namorada de um dos confrades. Foi pensando nisso que decidimos estabelecer esta única e necessária regra, e assim mantivemos a tão salutar harmonia nos nossos encontros.

Os casos omissos foram sempre resolvidos sob os princípios da ética e do bom senso.

Mas, o assunto não é o respeito às relações entre sexos? Por que estamos falando de confrarias e regras?

Pois bem, vamos então ao assunto. É que pretendi ilustrar o quanto atrapalhamos as relações pessoais tentando estabelecer controles para tudo, principalmente quando esses controles são engessados sob a cultura do “politicamente correto”, o modismo que bateu forte nas relações entre homens e mulheres, transformando amor em guerra. Esta sim é uma política castradora, pois rege sua própria censura, proibindo e eliminando o poder criativo e a capacidade de cada um de expressar a sua própria opinião formada sobre tudo.

Não é isso que o nosso criador espera.

É um assunto banal? Claro que não! A mídia faz parecer que sim, mas casais estão se separando, famílias implodindo, filhos ficando desamparados à sua própria sorte, uso de drogas aumentando e a felicidade indo embora.

E, pior, toda essa insanidade foi construída propositalmente, alguém está ganhando muito com tudo isso, pode ter certeza, e não há como compreender como a grande massa se deixou levar por ideias tão contrárias à paz.

Muitas coisas foram instituídas sem lógica, e um exemplo disso é a instituição da comemoração do  dia de um dos sexos para homenageá-lo, como se alguém tivesse o privilégio de escolher o seu antes de nascer. - À exceção daqueles que necessitam mesmo da ajuda da comunidade, por uma deficiência qualquer que o impede de realizar seu sustento e proteção, é difícil conceber a concessão de privilégios legais a alguém só pela forma física que nasceu, raça, posição social, cor ou sexo, se essa pessoa possui recursos para conviver e exercer tarefas comuns aos outros mortais, seus direitos e, principalmente, suas obrigações. É moralmente absurdo viajar em aeronaves onde há banheiros exclusivos para este ou aquele sexo, sugerindo que o excluído seja alguém indigno de utilizar; viajar em ônibus com poltronas exclusivas para este ou aquele sexo e conviver com leis e departamentos de proteção para este ou aquele sexo, argumentando fragilidade ( física ou emocional...? ), como se a violência psicológica não superasse qualquer outra; além do que é inconcebível discriminar e punir por vingança, ou para compensar as supostas discriminações do passado.

A natureza é sábia, pode ser compreendida. No reino dos pássaros, por exemplo, por motivos óbvios e nobres, o macho é cantador e possui as plumas mais exuberantes e coloridas. O canto serve para conquistar a fêmea e expor para ela a sua capacidade de adaptação e força, mostrando assim a sua condição de dar segurança à sua família e de oferecer uma cria forte e saudável; e as cores, para atrair um possível predador para si livrado a fêmea e seus filhotes do perigo; a leoa está encarregada dos cuidados com a família, caça, protege seus filhotes e até dá sustentação ao macho. Este, além de também caçar, mantém a ordem na comunidade, sendo que se for preciso, entrega sua vida por ela. Porque sabe que, se outro macho dominar a alcateia, todos os filhotes seriam mortos pelo dominador.

O fato é que está ficando muito confuso viver, as regras estão se tornando cada vez mais especialistas e o risco é de cairmos novamente nos erros que já caímos como quando trabalhamos em prol do ideal de pessoa perfeita criado por Hitler, que pretendia viabilizar a "raça ariana" com suas peles claras, altura padrão e olhos claros, para se tornar a única raça com direito à vida.

Se há o que combater, como por exemplo a violência, que seja contra a violência em si, não violência contra este ou aquele. Se há direitos a serem preservados, que sejam o direito em si, não o direito deste ou daquele.

Por essas e outras razões, pela necessidade da parceria, se é para o bem do relacionamento e felicidade geral da família, antes que as batalhas terminem quando um dos lados seja derrotado enquanto o outro sobe solitário no pódio para exibir seu troféu, marcando o fim dos relacionamentos entre homens e mulheres, quero propor um novo Tratado dos Sexos, não baseado na Constituição Federal, Leis Complementares ou Ordinárias, etc, mas unicamente no bom senso.

A menos que eu esteja enganado quanto à inexistência de outorga de qualquer supremacia de um sexo sobre o outro, os termos do Tratado seriam os seguintes:

1. fica proibido estabelecer um dia comemorativo para este ou aquele sexo. Que fique estabelecido o Dia do Namoro;

2. da forma como sempre foi, em caso de catástrofe, naufrágio ou qualquer circunstância onde houver risco de vida, ao homem, única e exclusivamente pelas condições físicas mais vantajosas para escapar do risco, fica atribuída a responsabilidade dele de ajudar no salvamento, primeiro às crianças e mulheres, depois aos outros homens com menor condição e, por fim, a si;

3. nas demais situações, a preferência será concedida por quem estiver sob o domínio daquele momento. Por exemplo, se o domínio da porta for de uma mulher, ela deve dar a preferência para o homem, e vice-versa;

4. fica proibida a manifestação, de qualquer dos sexos, de reivindicação de quaisquer direitos que não estejam condicionados a compatíveis e correspondentes obrigações;

4. em um discurso, se a palavra é da mulher, ela deve iniciar a frase dizendo “- senhores e senhoras”, e se o homem discursar, inicia a frase dizendo “- senhoras e senhores”;

Então... que tal homens privilegiarem as mulheres e estas, por suas vezes, privilegiarem os homens? Não seria interessante? Afinal, não fomos feitos uns para os outros?