Quem sou eu

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Eu gosto de acreditar que “o pensamento é um pedacinho de futuro, que permanece no campo do sentimento até o momento em que se materializa”. Eu gosto de pensar, porque, assim sendo a vida, provida da qualidade de transformar o verbo em tudo, tudo vira possibilidade a partir de um pensamento, já que tudo se inicia a partir dele e tudo se realiza a partir de um sim. Os cientistas quânticos descobriram, agora de fato, que cada ser deste vasto universo possui o predicado de construir o seu mundo, com as nuances próprias de cada um e suas preferências. É portanto que desejo a sabedoria dos filósofos, mas, ainda mais, a realização dos meus pensamentos.

domingo, 6 de novembro de 2016

NOSSOS PRECIOSOS VELHOS





Recebi, nesta bela manhã de domingo, um vídeo no qual o tema diz do abandono dos nossos velhos. Triste, não pude deixar de lembrar do que disse Augusto Cury no seu best seller O Vendedor de Sonhos: “O ser humano não morre quando o coração pára de bater, morre quando, de alguma forma, deixa de se sentir importante”.

O fato é que continuamos abandonando nossos velhos, mas, tenho percebido que o abandono rejuvenesce a cada geração; quando antes, só os idosos eram abandonados pela família, agora os menos idosos já estão experimentando a nova ordem social. 

Somos ocidentais - aprendemos a amar o conhecimento e desprezar a sabedoria - só que não nos ensinaram que “um gole de conhecimento traz soberba, mas Deus está no fundo do copo”; - aprendemos que ser "amiguinho" dos filhos está na moda, mas não nos ensinaram que iluminar o caminho deles é a verdadeira missão dos pais; aprendemos que o "agora" é tudo, mas não nos ensinaram que construir esse "agora" com olhos no futuro garantiria "agoras" melhores.

Precisamos de cumplicidade com os nossos velhos.

Nova era? Modernidade? Novos conceitos? Como disse São Filipe Néri, “prefiro o paraíso”.

Deus é Pai, Ele não criou nada mais forte do que a vontade, e foi justamente na prática da minha vontade que descobri que a sabedoria é imensamente superior ao conhecimento, que a prática vale mais do que a teoria e que a experiência é maior do que a revolução. Foi então que, ao invés de abandonar meus pais com suas sabedorias, práticas e experiências, preferi abandonar o Faustão e me aproximar dos amigos que me aproximam deles e, por consequência, de Deus.

Nunes

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

PAI, PROVEDOR DA VERDADEIRA CONTABILIDADE DA VIDA


Eu me engano quando acredito que me garanto e que sou autossuficiente, ou capaz de resolver todos os meus problemas, achando que posso estabelecer meu próprio caminho por mim apenas.

Sou um ser referenciado, não dá para ser diferente - como o ganancioso pelas riquezas, o vaidoso pela beleza, o maldoso pelo mal e o bondoso pelo bem, o egoísta pelo orgulho e o santo pela santidade.

Ouço vozes o tempo todo e obedeço àquelas que me convém, ou que convém a algo ou alguém. Acredito que sou mesmo conduzido por referências impostas ou escolhidas. Impostas quando opto por atitudes movidas pela indiferença ou pelo ódio, e escolhidas se uso o amor para guiar a minha vida. Isso significa que dessas escolhas podem nascer escravidão ou a liberdade.

Pensando nessas referências, costumo dizer que se o seu pai não tem o domínio da sua vida, o mundo o terá, porém sem o amor do pai.

Num documentário da Discovery sobre as prostitutas de Nova Iorque e seus gigolôs, uma realidade inesperada e interessante - elas, que arriscam suas vidas trabalhando intensamente nas noites da Big Apple, entregam aos seus gigolôs todo o dinheiro recebido nos programas. Não bastasse isso, essas "concubinas de aluguel" passam suas horas vagas servindo-os, submissas, com massagens, cuidados com suas roupas ou lixando-lhes as unhas. Eles, imponentes, normalmente vestidos de branco e muitas correntes de ouro, carrões exuberantes, chapéus, exibindo sempre grandes canecos com algum tipo de líquido a bebericarem. Embora recebendo altos valores por cada programa, em torno de dois mil dólares, recebem de seus amos apenas abrigo, alimento e segurança.

Fiquei a pensar qual seria a compensação para tamanha submissão a pessoas descaradamente oportunistas, como são aqueles gigolôs. Porque com todo esse dinheiro que elas ganham é possível viver sem depender de alguém que lhes dê abrigo. Mas, na continuação do documentário, emergiu a chave para esse mistério quando eles saíram para arrebanhar outras “mulheres zumbis” para ampliar seus plantéis... os cafetões usam, como argumento para convencê-las a entrarem em seu domínio, frases do tipo: “- venha, agora EU serei o seu PAI…”, “EU serei o PAI que te dará segurança e amor”... Algumas não lhes deram atenção, mas outras sim, e passaram a fazer parte do círculo escravizante dominado por uma pessoa sedenta de benesses e poder.

Durante muito tempo da minha vida eu não tinha uma boa relação com meu pai, eu trazia na língua todos os argumentos para não gostar sequer de ouvir sua voz. Além disso, dizia ser uma pessoa independente e autossuficiente, que me garantia e por isso só falava, não ouvia. Tinha plena convicção de que não havia nada para buscar do meu pai, já que sua referência eu desprezava. Ele era o errado e eu, claro, a pessoa iluminada pelos deuses, com todas as respostas prontas.

Mas, o fato é que, nas minhas andanças, quando um “cafetão” dissimulado e ardiloso percebia que eu andava “solto”, aproximava-se e oferecia a segurança e o amor que EU rejeitei do meu pai. Então, passava a servi-lo, dando a ele o melhor de mim. Durante todos aqueles anos eu servi diversos “gigolôs”, uns menos afoitos e ambiciosos e outros mais, até que fui aprisionado por um com ambições insaciáveis. Aceitei sua proposta e permiti ser reduzido à escravidão extrema. Para esse “amo” eu entreguei anos das minhas economias, anos do meu tempo e anos da minha convivência familiar, porque ele me exigia, não uma parte do meu tempo, mas todo ele, por isso, enquanto o servia experimentei a banca rota, desci ao fundo do poço e, quando já não restava muito dos meus recursos financeiros, psicológicos e morais, resolvi pedir ajuda para Deus. Só então ouvi Sua voz, provavelmente porque parei de falar e decidi ouvir.

Deus me fez ver que meu PAI é a fonte de bênçãos que eu precisava, que, se não tem habilidades para se expressar da forma como eu acreditava ser correta, como fazem os “gigolôs", ele tentou da forma como sabia, porém tem no coração algo que esses os oportunistas não possuem, o amor que Deus planta no coração de todos os pais no momento da geração do filho.

Desde então, a partir de quando minha mente e meu coração se abriram para o óbvio, deixei de me submeter a pessoas para me submeter a Deus e ao meu PAI. Que este tenha muitos defeitos, é óbvio que sim, assim como eu, mas é meu PAI e dele não abro mão da bênção.

Por isso tenho vivido verdadeiramente e pensando com minha própria cabeça, pois descobri a liberdade na submissão, um paradoxo incrivelmente maravilhoso que me ensinou e me fez compreender a expressão de Deus: "o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza".

Muitos problemas ainda tento resolver como herança do tempo negro, já que leva tempo para consertar anos de vida errante, mas deixei de estabelecer novas escravidões a partir dessa decisão, o que tornou minha vida mais leve e verdadeira.

Nunes

sábado, 7 de maio de 2016

NOVO TRATADO DOS SEXOS


Participo há dezenove anos de uma confraria de amigos sob o tema da gastronomia. Dezenove anos cozinhando e proseando, onde quase todos os membros da Nossa Confraria são os mesmos desde a fundação, poucas mudanças aconteceram e já são duas gerações participando. Dezenove anos consolidando amizades, foi o que fizemos.

Meus amigos de fora, talvez por não compreenderem harmonia tão duradoura, às vezes me perguntam se já houve atritos entre os confrades e, também, qual o segredo para se manter por tanto tempo viva essa confraria composta de pessoas com realidades tão diferentes.

Obviamente que experimentamos alguns atritos, porque, embora os grupos de pessoas são comumente formados a partir de interesses comuns, as pessoas são heterogêneas quanto aos seus conceitos e culturas. Porém, usando com moderação, o atrito e a discordância passam a ser elementos fundamentais na evolução pessoal de cada um e, quanto ao segredo para se manter esta associação saudável, eu diria que o que realmente preservou a nossa amizade durante esses anos foi termos fundamentado a nossa ideia sobre poucas regras de conduta... ou quase nenhuma. Usamos o bom senso natural e uma única regra artificial, a de não se permitir a permanência de pessoas do sexo feminino na mesa dos encontros semanais, exceto nos dias de eventos familiares.

Você já pode estar achando que o grupo é “machista” ou coisa do gênero, ou julgando que “apesar de vivemos no século XXI as mulheres ainda são por nós discriminadas”.

Antes de ser queimado na fogueira da inquisição pós-moderna, vou tentar explicar o motivo dessa imposição: - Ocorre que, enquanto não havia essa proibição, aconteciam atritos entre os confrades e suas esposas, que ficavam indignadas com seus maridos por sentarem numa mesa de bar com outras mulheres, mesmo quando se tratava da esposa ou namorada de um dos confrades. Foi pensando nisso que decidimos estabelecer esta única e necessária regra, e assim mantivemos a tão salutar harmonia nos nossos encontros.

Os casos omissos foram sempre resolvidos sob os princípios da ética e do bom senso.

Mas, o assunto não é o respeito às relações entre sexos? Por que estamos falando de confrarias e regras?

Pois bem, vamos então ao assunto. É que pretendi ilustrar o quanto atrapalhamos as relações pessoais tentando estabelecer controles para tudo, principalmente quando esses controles são engessados sob a cultura do “politicamente correto”, o modismo que bateu forte nas relações entre homens e mulheres, transformando amor em guerra. Esta sim é uma política castradora, pois rege sua própria censura, proibindo e eliminando o poder criativo e a capacidade de cada um de expressar a sua própria opinião formada sobre tudo.

Não é isso que o nosso criador espera.

É um assunto banal? Claro que não! A mídia faz parecer que sim, mas casais estão se separando, famílias implodindo, filhos ficando desamparados à sua própria sorte, uso de drogas aumentando e a felicidade indo embora.

E, pior, toda essa insanidade foi construída propositalmente, alguém está ganhando muito com tudo isso, pode ter certeza, e não há como compreender como a grande massa se deixou levar por ideias tão contrárias à paz.

Muitas coisas foram instituídas sem lógica, e um exemplo disso é a instituição da comemoração do  dia de um dos sexos para homenageá-lo, como se alguém tivesse o privilégio de escolher o seu antes de nascer. - À exceção daqueles que necessitam mesmo da ajuda da comunidade, por uma deficiência qualquer que o impede de realizar seu sustento e proteção, é difícil conceber a concessão de privilégios legais a alguém só pela forma física que nasceu, raça, posição social, cor ou sexo, se essa pessoa possui recursos para conviver e exercer tarefas comuns aos outros mortais, seus direitos e, principalmente, suas obrigações. É moralmente absurdo viajar em aeronaves onde há banheiros exclusivos para este ou aquele sexo, sugerindo que o excluído seja alguém indigno de utilizar; viajar em ônibus com poltronas exclusivas para este ou aquele sexo e conviver com leis e departamentos de proteção para este ou aquele sexo, argumentando fragilidade ( física ou emocional...? ), como se a violência psicológica não superasse qualquer outra; além do que é inconcebível discriminar e punir por vingança, ou para compensar as supostas discriminações do passado.

A natureza é sábia, pode ser compreendida. No reino dos pássaros, por exemplo, por motivos óbvios e nobres, o macho é cantador e possui as plumas mais exuberantes e coloridas. O canto serve para conquistar a fêmea e expor para ela a sua capacidade de adaptação e força, mostrando assim a sua condição de dar segurança à sua família e de oferecer uma cria forte e saudável; e as cores, para atrair um possível predador para si livrado a fêmea e seus filhotes do perigo; a leoa está encarregada dos cuidados com a família, caça, protege seus filhotes e até dá sustentação ao macho. Este, além de também caçar, mantém a ordem na comunidade, sendo que se for preciso, entrega sua vida por ela. Porque sabe que, se outro macho dominar a alcateia, todos os filhotes seriam mortos pelo dominador.

O fato é que está ficando muito confuso viver, as regras estão se tornando cada vez mais especialistas e o risco é de cairmos novamente nos erros que já caímos como quando trabalhamos em prol do ideal de pessoa perfeita criado por Hitler, que pretendia viabilizar a "raça ariana" com suas peles claras, altura padrão e olhos claros, para se tornar a única raça com direito à vida.

Se há o que combater, como por exemplo a violência, que seja contra a violência em si, não violência contra este ou aquele. Se há direitos a serem preservados, que sejam o direito em si, não o direito deste ou daquele.

Por essas e outras razões, pela necessidade da parceria, se é para o bem do relacionamento e felicidade geral da família, antes que as batalhas terminem quando um dos lados seja derrotado enquanto o outro sobe solitário no pódio para exibir seu troféu, marcando o fim dos relacionamentos entre homens e mulheres, quero propor um novo Tratado dos Sexos, não baseado na Constituição Federal, Leis Complementares ou Ordinárias, etc, mas unicamente no bom senso.

A menos que eu esteja enganado quanto à inexistência de outorga de qualquer supremacia de um sexo sobre o outro, os termos do Tratado seriam os seguintes:

1. fica proibido estabelecer um dia comemorativo para este ou aquele sexo. Que fique estabelecido o Dia do Namoro;

2. da forma como sempre foi, em caso de catástrofe, naufrágio ou qualquer circunstância onde houver risco de vida, ao homem, única e exclusivamente pelas condições físicas mais vantajosas para escapar do risco, fica atribuída a responsabilidade dele de ajudar no salvamento, primeiro às crianças e mulheres, depois aos outros homens com menor condição e, por fim, a si;

3. nas demais situações, a preferência será concedida por quem estiver sob o domínio daquele momento. Por exemplo, se o domínio da porta for de uma mulher, ela deve dar a preferência para o homem, e vice-versa;

4. fica proibida a manifestação, de qualquer dos sexos, de reivindicação de quaisquer direitos que não estejam condicionados a compatíveis e correspondentes obrigações;

4. em um discurso, se a palavra é da mulher, ela deve iniciar a frase dizendo “- senhores e senhoras”, e se o homem discursar, inicia a frase dizendo “- senhoras e senhores”;

Então... que tal homens privilegiarem as mulheres e estas, por suas vezes, privilegiarem os homens? Não seria interessante? Afinal, não fomos feitos uns para os outros?