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Eu gosto de acreditar que “o pensamento é um pedacinho de futuro, que permanece no campo do sentimento até o momento em que se materializa”. Eu gosto de pensar, porque, assim sendo a vida, provida da qualidade de transformar o verbo em tudo, tudo vira possibilidade a partir de um pensamento, já que tudo se inicia a partir dele e tudo se realiza a partir de um sim. Os cientistas quânticos descobriram, agora de fato, que cada ser deste vasto universo possui o predicado de construir o seu mundo, com as nuances próprias de cada um e suas preferências. É portanto que desejo a sabedoria dos filósofos, mas, ainda mais, a realização dos meus pensamentos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

5 - TESOUROS & PIRATAS


Le, um dia me disseram que se eu aprendo a resposta Deus muda a pergunta.

Mas creio que Ele não seja tão irônico assim. Talvez elabore perguntas mais complexas à medida que eu consigo superar as velhas. Bem, isso não importa muito, o que vale são as respostas que vêm em pergaminhos, como mapas do tesouro.

Porém, é imperativo saber que ter um tesouro nas mãos não me faz rico ou próspero, a não ser o bom uso que eu faça dele.

Do contrário, minha irmã, eu posso mergulhar no ouro e me fazer miserável. Um tesouro em mãos insanas é todo o mar para o náufrago que deixa de ouvir a voz da alma para se entregar à sede que espera paciente a sua loucura, acaba-se por embriagar da água salgada que ironicamente desidrata.

Busquei fazer bom uso do tesouro que você me deu no tempo de escola. Honrei o valor de cada moeda. O troco? Eu guardei num baú de cedro para recordar e, quando não, publico num blog qualquer para ajudar a pagar a conta dos amigos.

Por isso eu gosto de colecionar conversas, elas marcam o crescimento de ouro, de outrora. São os meus tesouros e estas, que ora emergem, faz-me recordar palavras do grande aprendiz Paulo: “quando criança, eu pensava como criança”.

Se o que eu dizia ontem já não o diria hoje, como saber quantas crianças eu ainda sou, quantas eu fui e quantas eu serei?

Eu me recordo que apreciava brincar com o meu sentimento e, quando ele se tornava pontiagudo a ferir os meus dedos, olhava para os lados a gritar fogo contra a culpa e contra o dono dela. Le, hoje a culpa dorme em minhas mãos... fácil arremessá-la no convés, você não acha?

Quando criança eu seguia conceitos e, pior, os dos outros. Moedas falsas que a sabedoria derrete como se derrete chumbo na caldeira que move a caravela. Hoje, tomo o leme da sabedoria, que não é minha, mas do meu Criador. Assim o mar se estende calmo à minha proa e o céu, vela bordada de estrelas como o leito do negro rio repleto de diamantes.

Mas, por quanto tempo o mar continuará calmo? Quantas crianças ainda serei e quanto complexas ainda serão as perguntas? Os meus tesouros estão seguros?

É que eu ainda vejo no espelho um semblante com chapéu de canoa e um tapa-olho negro sobre um dos olhos.

Um perigo iminente ou uma criança vestida de pirata a brincar numa bela caravela?

Nunes

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