Quem sou eu

Minha foto
Eu gosto de acreditar que “o pensamento é um pedacinho de futuro, que permanece no campo do sentimento até o momento em que se materializa”. Eu gosto de pensar, porque, assim sendo a vida, provida da qualidade de transformar o verbo em tudo, tudo vira possibilidade a partir de um pensamento, já que tudo se inicia a partir dele e tudo se realiza a partir de um sim. Os cientistas quânticos descobriram, agora de fato, que cada ser deste vasto universo possui o predicado de construir o seu mundo, com as nuances próprias de cada um e suas preferências. É portanto que desejo a sabedoria dos filósofos, mas, ainda mais, a realização dos meus pensamentos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O LIVRO DE ELI x GRAN TORINO


Já dizia Saint Exupery que o essencial é invisível aos olhos. Porque é invisível, inodoro, insípido e intocável, os olhos não poderiam mesmo senti-lo. Porém, o essencial é sensível ao coração, que guarda a janela da alma.

O essencial é o que muda, como próprio termo já o explica, é essência de tudo, a parte da programação da alma que te eleva a experimentar a vida abundante ou te reprime em dias sombrios.

Em tempo de evolução, tudo é definido e construído a partir da essência humana, que deve estar no primeiro cuidado de quem vive.

Este é um momento apropriado para pensar, pois passamos há pouco pela quaresma, um tempo que foi guardado para o jejum dos nossos vícios. Enquanto jejuamos, pensamos e cuidamos... “Vigiai e Orai”.

Então, se desejas cuidar da sua essência, é importante que feches algumas janelas e abras outras. Para isso é que temos este tempo, porque o essencial penetra como o cheiro e, o perfume, quem escolhe é você.

Falando de essência, quero comentar dois filmes que trazem essências totalmente distintas embora ambos se intitulam mensageiros de Deus, são eles: O Livro de Eli e Gran Torino.

O primeiro diz de um homem que foi incumbido, por um ser intergalático, de guardar e transportar para o oeste, onde seriam impressas novas cópias para serem distribuídas novamente no mundo, o único exemplar da Bíblia Sagrada, que sobrou após a guerra. Enquanto caminhava para este destino o homem pôde experimentar o poder que lhe fora oferecido pelo ser intergalático. Dizia ele que o poder emanava do livro. Assim, nada lhe acontecia, sequer um tiro de fuzil poderia ser capaz de abatê-lo.

Bem, desviemos um pouquinho do assunto para explicar o por quê, neste enredo, a Bíblia se tornou um livro quase extinto: - é que as pessoas sobreviventes culparam o livro sagrado pela guerra que devastou o mundo, então, revoltos e tomados de ira, queimaram todos os livros que tinham a denominação “Bíblia Sagrada” da face deste tenebroso planeta, exceto aquele em poder do protegido.

Então, o missionário seguia caminhando, matando e humilhando por onde passava para chegar ao seu destino de posse do famigerado livro. Detalhe: - ele havia memorizado toda a Bíblia lendo-a em braile, porque era cego.

Bem, penso eu: se ele havia lido diversas vezes a Bíblia, certamente leu também o novo testamento que trouxe o verdadeiro entendimento a tudo, principalmente quanto ao uso do perdão e do amor. Pergunto eu: - qual a parte do “não matarás” que este exemplar missionário não compreendeu? E pior, protegido pela "couraça de aço" invisível, matava dissolutamente.

O segundo filme fala de um homem, pai de uma família materialista, que, após a morte da esposa, convivendo com os vizinhos que ele antes não gostava, descobriu o verdadeiro sentido de ser cristão.

Sei que apenas um parágrafo é pouco para descrever um filme, mas falamos aqui de essência que também é condensação.

De fato, o que difere um filme do outro é que o primeiro fala de um poder de guerra emanado por um livro, poder que mata e humilha na visão materialista e imediatista de quem está para vencer pela espada, porquanto assim, desprovida da essência cristã. Aí que mora o perigo, aos expectadores que absorvem esta essência diversa, há um retrocesso evolutivo.

Já o filme “Gran Torino” também diz de um poder, porém o efetivo, aquele que provém da entrega e da submissão. Eis que se traduz em poder permanente.

Penso que Deus seja assim. Não Lhe interessa o que é aparentemente óbvio, os Seus olhos estão somente para o que constrói essencialmente cada uma das suas criaturas. É sim fonte de poder, mas de poder de felicidade e vida abundante.

A confusão que ocorre no interior das religiões é justamente esta. A visão materialista e primitiva ainda paira nas mentes humanas, porque somos jovens. As guerras subsistirão até que passemos a acreditar no poder que rebenta da submissão e da entrega.

É uma realidade que acontece na medida em que nos tornamos maduros.

Faz sentido?

Nunes

Nenhum comentário:

Postar um comentário