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Eu gosto de acreditar que “o pensamento é um pedacinho de futuro, que permanece no campo do sentimento até o momento em que se materializa”. Eu gosto de pensar, porque, assim sendo a vida, provida da qualidade de transformar o verbo em tudo, tudo vira possibilidade a partir de um pensamento, já que tudo se inicia a partir dele e tudo se realiza a partir de um sim. Os cientistas quânticos descobriram, agora de fato, que cada ser deste vasto universo possui o predicado de construir o seu mundo, com as nuances próprias de cada um e suas preferências. É portanto que desejo a sabedoria dos filósofos, mas, ainda mais, a realização dos meus pensamentos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ANDANDO A ESMO



Andando a esmo e vivendo a esmo, eu percebi que há uma nova regra geral para o mundo:

Ainda preciso elaborar melhor esta percepção, mas em síntese, é mais ou menos assim: - O sexo oposto, a raça oposta, as convicções religiosas opostas, o time oposto... possuem características próprias que não são as minhas. São defeitos ou qualidades que o outro possui por fazer parte daquele sexo, daquela raça, daquela religião, daquele time...etc, atributos muito diferentes daqueles que eu possuo.

Talvez por questão de organização, ou para que melhor compreendamos o novo sistema, é que o mundo criou inúmeros grupos antagônicos e separou este daquele pelas próprias características. Em cada um colocou um carimbo e uma marca para que todos possamos saber a que grupo pertencemos. Então, assim ficamos organizados, “cada um no seu quadrado”.

Em seguida, o mundo pediu que repetíssemos: “que as minhas qualidades sejam exaltadas e assim eu me sinta superior e eleve também o meu grupo”... “receba então os aplausos dos outros membros do seu grupo por isso”.

Após esta exaltação do EU vem a segunda ordem do mundo: “abomine os defeitos dos membros de outros grupos e os considere intoleráveis”... então, abominamos.

O mundo percebeu que a idéia funcionou.

Porque a revolução aconteceu e deixamos de confiar nos nossos parceiros, sejam eles amigos, esposa, marido, pai, mãe, filho... já que são tantas divisões que ficou quase impossível concatenar duas pessoas ou mais nos mesmos grupos antagônicos, a começar pelo sexo. Depois disso deixamos de acreditar que a convivência entre pessoas era boa.

Uma demanda cresceu nesta nova sociedade, a das frases prontas: “... são todos iguais”, “... são mercenárias”, “... são bambi”, “... só querem enganar”, “... traem”, “... são idólatras”, etc.

Foi outra grande invenção, porque, sem essas frases, ficaria muito difícil distinguir um grupo do outro, por isso elas são mais do que necessárias.

Mas, ainda estamos aprendendo a respeito desta nova ordem de perfeição e, ainda bem, temos a ajuda da mídia. Outro dia eu vi um filme em que um homem, possuidor de imensurável perfeição, conseguiu buscar a sua esposa no inferno. Deus deve ter ficado pasmo diante daquele exemplo de consciência perfeita. O seu plano ficou pequeno nas mãos de uma criatura que superou em muito o seu criador.

Que maravilha! Além das frases prontas, a nova sociedade também criou modelos. É bem mais fácil assim.

Estou gostando cada vez mais. Tudo está ficando tão excitante e fácil de compreender. Muito melhor do que certas parábolas que confundiam a minha cabeça.

Talvez o plano de Deus esteja mesmo ficando obsoleto porque, antigo, ele é baseado em pessoas imperfeitas, que cometem pecados e sofrem com eles.

Talvez Deus seja mesmo este ser egoísta que prefere sozinho assumir a responsabilidade da perfeição, por isso esteja perdendo voz no mundo em que já se vê seres tão perfeitos quanto Ele.

Mas, mesmo obsoleto, tem algo que ainda me intriga em Deus... É que aos seus olhos, nós, as suas criaturas, “brilhamos todos na mesma intensidade” e não possuímos pecado algum.

Como eu não possuo pecado? Que absurdo! Eu não consegui sequer me aproximar em perfeição daquele homem que buscou a sua esposa no inferno... então, os meus pecados estão onde? Na minha cabeça?...rs

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