Quem sou eu

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Eu gosto de acreditar que “o pensamento é um pedacinho de futuro, que permanece no campo do sentimento até o momento em que se materializa”. Eu gosto de pensar, porque, assim sendo a vida, provida da qualidade de transformar o verbo em tudo, tudo vira possibilidade a partir de um pensamento, já que tudo se inicia a partir dele e tudo se realiza a partir de um sim. Os cientistas quânticos descobriram, agora de fato, que cada ser deste vasto universo possui o predicado de construir o seu mundo, com as nuances próprias de cada um e suas preferências. É portanto que desejo a sabedoria dos filósofos, mas, ainda mais, a realização dos meus pensamentos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

As Portas Largas

 


            O maligno não é inimigo de Deus, o dinheiro sim. Trabalhando contra ou a favor, o maligno sempre está a serviço da salvação, pois, os mártires contemporâneos, assim como os apóstolos e todos os que ofereceram suas vidas por Jesus e pela fé, na medida em que foram e são martirizados, reafirmam a fé dos filhos da luz, fortalecendo a convicção da verdadeira vida além do mundo. Porque Deus, na Sua infinita sabedoria, usa a energia de quem pretende destruí-Lo para santificar o seu povo. 

            A missão dos martirizados é maior, porque é forjada na extrema dor ou na morte. Porém, os seus espíritos são guardados por Deus para a recompensa da ressurreição no reino de paz e justiça que eles ajudaram a edificar. Este é o princípio da Cruz de Jesus que, se por um lado o mundo celebra a pseudo vitória de perseguir, fazer sofrer e até tirar a vida de alguém que escolheu pela vida cristã, quem compreendeu a verdade tem consciência que, com isso, esses discípulos do maligno celebram a própria derrota. Pois, eles não têm o poder da criação, de modo que até as suas pretensas vitórias não passam de narrativas.

            Por isso é preciso sempre lembrar que, assim como Jesus afirmou: “eu não sou deste mundo”, os filhos da luz também não são. A meta é outra, transcende às coisas materiais e ao poder efêmero. Observe que as Escrituras Sagradas fazem diversas menções da intervenção de Deus para endurecer corações de ditadores, como no caso do faraó que resistiu em libertar o povo hebreu do Egito. Deus endureceu o seu coração mesmo após o acometimento da décima praga, que levou o filho primogênito do governante absoluto. 

            Porém, Jesus faz o alerta: “é certo que haverá escândalos, mas ai de quem provocar esses escândalos”, e completou: “quem não está comigo está contra mim”. A sorte do apóstolo Judas Iscariotes ilustra as consequências dessa escolha, assim como dos ditadores conhecidos em toda a história da civilização humana, escancarando como cada um deles se encerrou.

            O apóstolo João, no capítulo 12 do livro Apocalipse, relata que, desde que Jesus veio ao mundo, estamos sim envoltos numa guerra espiritual. Mas, sabendo que o Deus vivo é o próprio amor, paira como um paradoxo Ele nos ter colocado neste rebuliço. Carece, então, uma profunda compreensão da importância de passar pelo sofrimento, sem o qual os filhos da luz não tomariam consciência do quão devastadora é a escolha pela desobediência. Neste contexto, porém, a injustiça torna-se matéria-prima da justiça, quando desperta o desejo por ela.

            Então, passamos a compreender que o maligno é Príncipe do Mundo (“o poder e a glória do mundo foram dados a mim, eu dou a quem eu quiser”), mas não é dono de si mesmo, já que, diferente do homem que, pelas bênçãos dadas por Deus e, assim, pode usufruir das virtudes que o faz um pequeno deus, como já observamos, a ele não foi dado o poder da criação. Por isso, também, o maligno é o rei da mentira. Pois, para se estabelecer como um obcecado por poder, devido ao seu orgulho intransponível, tanto ele como os seus discípulos necessitam criar uma realidade paralela, estabelecida sobre a mentira. Esta, exige ser alimentada a todo momento com infinitas outras mentiras, ou seja, um reinado que só se mantém se estiver diariamente baseado em falsas narrativas.

            Além do mais, como todo reinado necessita de multidões que o valide, e súditos fiéis, que fazem a manutenção de toda a estrutura de poder, foi preciso criar “sistemas” que promovem meios de recompensas: - dinheiro para os que ocupam cargos elevados no sistema, poder e glória para os que anseiam por isso e falsas compensações psicológicas e emocionais para as chamadas “minorias”, aqueles que carecem do reconhecimento, que muitas vezes lhes são tirados justamente por narrativas, como supostas discriminações, atribuídas pontualmente contra essas “minorias” que ainda gritam: "crucifica-o". Outro subterfúgio desses representantes do mal, é espalhar o medo e a insegurança, ao ameaçar ou expor o sofrimento dos mártires. O método tem nome: - “pão e circo” - a mão que dá o pão é a mesma que te joga aos leões, caso não obedeça ao imperador. Porém, não deixa de ser somente um método, que interfere na realidade, mas não altera a verdade. Por isso, Jesus orienta: “não tenha medo de quem mata o corpo, mas dos que comprometem o seu espírito”.

            Então, motivos óbvios acendem outro alerta: “procure passar por portas estreitas, evitando as largas”, ou seja, se aceitar as benesses do príncipe do mundo, entrará no seu domínio e, dele, será escravo eterno. Se isso ocorrer, a cura só ocorrerá se houver arrependimento e confissão.